sexta-feira, 4 de abril de 2008

Mariana ( atriz, 26 anos)

Brasil, 04 de abril de 2008.

Faz tempo que não nos vemos. Mais de cinco anos. Imagino que deva ter cara de homem hoje, e não mais de garoto. Se bem que mesmo novinho sua cara não era muito de garoto. Você sempre foi alto e parecia mais velho. Tínhamos a mesma idade e eu parecia um bebê.

Esses dias eu estava organizando minha caixa de emails e lembrei que todos os emails que mandei para você chegaram em algum lugar. Nenhum email voltou. Nenhum email foi respondido. Na época eu sofri. Lembro de ter chorado. Tinha certeza que você ia estar conectado na hora em que eu mandasse o primeiro email e fosse me responder em dois minutos. Não. Nada disso. Você nunca esteve conectado. Nem mesmo me mandou uma "confirmação de leitura".

Pensei em ir atrás de você. Ainda bem que quando a gente é adolescente ou a gente teima em fazer algo, ou mudamos de idéia em dez minutos (ou menos até). Fiquei com a segunda opção. A primeira combinava mais comigo, mas havia optado pela segunda. Ufa! Imagina eu perdida na Argentina atrás de sei lá quem? É que por um bom tempo eu achei que "sei lá quem" era meu novo amor. Acredita que eu até cheguei a criar na minha mente-mega-fértil a cena de um possível casamento? Fica tranquilo, era só possível mesmo, nunca tive certeza. Em pouco tempo o possível fez questão de ser impossível e eu aceitei, sem grandes crises.

Na verdade, não sei porque te escrevo. Você não vai lembrar de mim e eu não sei se vou enviar essa carta. Resolvi pegar trinta minutos do meu tempo e me dedicar a sessão "Baú". Você apareceu dentro dele. Foi o papelzinho sorteado. Surpresa!!

Acho que você virou economista. Você nunca me disse nada sobre economia, mas não te imagino fazendo outra coisa. Engenheiro talvez? Não, não. Jornalista? Pode até ser. Mas continuo com o economista. Acho também que está em Buenos Aires. Deve ter feito faculdade lá e lá ficado. Eu quase estudei fora do Brasil, mas foi só quase mesmo. Ah, e não seria na Argentina.

Se eu mandar essa carta e chegar até você, leia. Claro que se nunca me mandou um email, não vai mandar carta, mas mesmo assim vou esperar algo. Porque sou eu. Porque minhas expectativas nunca morrem, mesmo quando são mortas. Eu não deveria nem pensar em você, mas pensei, escrevi isso aqui e eu ia achar muito legal receber notícias suas.

Um beijo, com saudade

Mari



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