segunda-feira, 31 de março de 2008

Post it: um vício permitido

Há diversos tipos de Post It por aí. Aqueles papéis micros ou não tão micros assim e super coloridos. Um pedaço dele cola e o outro não. O lado que cola a gente pode postar onde quiser. Normalmente são pendências, telefones, médicos que marcamos. Qualquer informação que foi anotada sem programação nenhuma, de qualquer jeito, mas que não podemos perder de jeito nenhum. Marcou hora na nova ginecologista, pega um Post It e anota, senão você vai esquecer. Ah, cole bem no lugar que escolher porque se cair atrás da cama ou de algum porta-retrato, você certamente vai perder o dia da consulta.

Eles sempre terminam muito amassados. Se for o tamanho mini então. Começa dobrando a pontinha e em 5 dias o papelzinho já tá bem podrinho. Tem gente que se irrita, já amassa de uma vez e joga fora. Claro que este ser não lembra de passar o que estava anotado para outro lugar. Depois acaba ficando mais puto ainda porque perde a informação. Se fica muito puto e ainda zela pelo seu equilíbrio mental, assume que foi um banana e pronto. Se fica muito muito muito puto e é completamente desequilibrado, acaba pondo a culpa em outra pessoa. O coitado ou coitada que entra no seu quarto/escritório ou sala para arrumar ou para fazer qualquer coisa, se ferra. É acusado de ter jogado fora a informação mais preciosa sem ao menos perguntar para o dono se podia fazer isso. A hipótese do cachorro ou gato ter comido é inexistente. Os animais são sempre ótimos e muito bem educados pelo dono.

Tem gente que não usa os pequenos-coloridos pra nada e mesmo assim tem uma coleção na gaveta. Não se preocupe se um dia você pensar "Por que eu tenho tantos se nem uso?!". Certamente um dia alguém vai abrir a sua gaveta e achar incrível o fato de você ter Post It de todas as cores e tamanhos. A excitação do intruso que mexeu na sua gaveta ainda vai gerar uma pergunta "Posso pegar um pacotinho?". Nem pense na resposta, porque essa pergunta nada mais é do que uma afirmação "Vou pegar um pacotinho". Você nem usa aquilo, o que siginifica que o intruso poderia pegar todos os pacotinhos. Porém, o bonitinho vai pegar um só, e do menorzinho. E sabe de uma coisa? Você vai ficar puto!


VS.

Dica cultural da semana

Compareçam ao É Tudo Verdade - Festival Internacional de Documentários. O Festival está em sua 13a edição e muito bacana. Já começou na verdade, e vai até o dia 06/04!

Lembrando que não só os paulistas terão o privilégio de assistir aos grandes documentários. O É Tudo Verdade acontece também nas cidades do Rio de Janeiro (27/03 a 06/04), Bauru (10 a 13/04), Brasília (14 a 20/04), Recife (17 a 20/04) e Caxias RS (24 a 27/04).

Vale conferir também a 8a Conferência Internacional de Documentários, que acontece no Sesc Paulista e é parte do Festival. Este ano é preciso se inscrever através do site do Festival ou no Sesc Paulista. Há pouquíssimas vagas.

Hoje vou assistir O Aborto dos Outros, de Carla Gallo, no Cinesesc. Mais uma mulher falando sobre a Saúde.

Maiores informações: www.etudoverdade.com.br

VS.

I Feel It All: a melhor fila de todos os tempos

A fila era grande e já era tarde da noite. Parecia que todas as pessoas da cidade estavam ali. Todas concentradas em entrar no tal restaurante. Era inauguração do restaurante-lounge-music de um playboy-namorado-de-modelete. Agora ninguém mais abre nada que tenha apenas uma finalidade, assim como ninguém exerce uma profissão só. O playboy é filho de banqueiro, modelo, novo empresário e arrisca dizer que sabe tudo de gastronomia. Será? Sem julgamentos.

Bonitos e bonitas conversavam na maior fila daquela quarta-feira. As bonitas de salto alto nem se incomodaram em esperar. Elas não sentem dor nos pés, fazem isso todos os dias. Percebi então que o evento começara na fila. Não importava o que se passava dentro do restaurante-multi-funções-glam. O que vale a pena mesmo é ser visto na fila e, se possível, receber um elogio de alguém bacana.

Para os meus olhos aquilo parecia um pouco banal, muita exibição em pouco espaço. Quando me percebo no início de um processo de julgamento daquelas pessoas e ambiente, algo inevitável pra mim, sou surpreendida por uma cena e o fluxo de pensamentos-do-mal é interrompido de forma brusca. Pára tudo!

A fila estava organizada, uma pessoa atrás da outra. Fila indiana. Vale estar sozinho ou acompanhado. Todos enfileirados começam a mexer os pezinhos com sapatos engraxados e sandálias com brilhantes. Os pés femininos recém feitos no cabeleireiro. A fila inteira se mexe pra lá e pra cá na mesma direção. Aquilo era uma coreografia. Sim!!! Uma coreografia que começou assim, de repente.

Pezinho pra lá, pezinho pra cá. Cuidado pra não confundir direita e esquerda. Requebre o quadril, balance os braços, mexa as mãos. Seja delicado nos gestos! E vai, pra lá, pra cá. Olha a voltinha.

Tudo seguia um ritmo. Prestei mais atenção e percebi que todos cantavam a mesma música. Afinadíssimos e sorrindo. A dancinha tinha tudo a ver com a música. O que era aquilo? Senha pra entrar? Nem quis analisar mais nada, comecei a dançar também. Não me senti ridícula por nem um segundo. Foram os quatro minutos mais incríveis do dia e nunca mais vou esquecer.

Eu já ouvia com clareza o que cantavam e fazia tudo igualzinho.

I feel it all, I feel it all
I feel it all, I feel it all
The wings are wide, the wings are wide
Wild card in sight, wild card in sight

Ooo, I'll be the one who'll break my heart
I'll be the one to hope come
I know more than I knew before
I know more than I knew before
I didn't rest, I didn't stop
Did we fight, did we talk?

Ooo, I'll be the one who'll break my heart
I'll be the one to hope come
I love you more
I love you more
I don't know what I knew before
But now I know I want to win the war
Aquilo era FEIST! Fantástico. O que Leslie Feist acharia disso?

Sobre o restaurante-blá-blá-blá, acho que preciso conhecer. Ele já tem os meus votos só por ter organizado a melhor fila de todos os tempos!!


VS.


domingo, 30 de março de 2008

Mona Lisa Station

Passei grande parte do meu tempo, enquanto aguardava o metrô, pensando se "Mona Lisa" era junto ou separado. Aqui sempre foi separado. Na minha cabeça sempre foi junto. Isso me irritou muitíssimo, mais ainda quando eu percebo que aqui e em todos os lugares - menos na minha cabecinha - o nome é escrito separado.

Então quer dizer que eu passei todos os dias da minha vida escrevendo esse nome errado? Junto é tão mais bonito. Deveriam ter pensado nisso antes de dar o nome da estação.

Agora já me conformei que não tem explicação. Não passo horas pensando nisso. Prefiro observar se os vagões estão ficando mais velhos e se os ratos estão tomando conta dos trilhos. Engraçado como os ratos não gostam de lá. É quentinho, velho, sujo e eles mal aparecem. Ainda tem gente que acha que os trilhos são lixeiras e, sem vergonha nenhuma, joga lixo porque é mais prático e porque rato gosta. Tal praticidade siginifica falta de educação e os ratos não dão a menor bola pra essa estação. Tá?


VS.