sexta-feira, 25 de abril de 2008

Sonho de algumas noites frias

- Qual o sonho da sua vida?
- O?
- Algum...
- Não sei mas eu sonhei.
- Isso quer dizer que está viva.
- Sonhei com você.
- Eu não costumo ser personagem de sonhos.
- Foi.
- O que eu era?
- Você.
- A cara era a mesma?
- Sim.
- Tudo igual?
- Não. (pausa) Não havia amor.
- Nunca houve.
- Mentira.
- Isso não é amor.
- Não?
- Amor é outra coisa.
- O que é?
- Basta você saber que eu te uso.
- No sonho não.
- Sempre.
- Você ama.
- A minha pele trai.
- Mas você iria pra cama comigo agora.
- Não.
- Tenho certeza que sim.

Eu me despi para sentir o seu corpo com urgência. A urgência era minha e a frustração próxima também seria. Ele recuou, pegou minha roupa no chão, me entregou e virou as costas. Sem emitir qualquer som ou mesmo me vestir, enxuguei a única lágrima que acabava de escorrer pelo meu rosto. Aquilo não era rejeição, mas também não era amor. Nunca foi.


VS.

Um comentário:

Léo disse...

ai ai ai.... eu sempre me delicio com seus posts.

parabéns por mais este, amore.

beijosss